Nascida em 1939, no Rio Grande do Sul, onde se formou, Regina Silveira iniciara-se nos anos de 1960 como pintora, desenhista e gravadora, demonstrando empatia com a figuratividade expressionista, uma tendência de fortes raízes no modernismo do país. Essa propensão não demoraria a alterar-se sob influências abstradas informais e por uma mudança de ordem mais radical em fins do decênio, quando foi desperta na Europa para as possibilidades de espaços elaborados por formas geométricas. Conseqüências diretas da absorção racionalista fizeram-se logo perceber em relevos e objetos que construiu com materiais industriais.
Regina Silveira
Praticamente dez anos de exploração de perspectivas ilusionistas decorreram antes que essas representações de Regina Silveira conhecessem este seu momento de penetração internacional. Isso traduz bem as dificuldades de repercussão a esse nível para uma carreira que se faz no Brasil e ademais à distância do circuito comercial e da ideologia das seleções oficiais. Entretanto, já encontrávamos a sua disposição para o diálogo cosmopolita na fase que antecede a dos objetivos presentes, ou seja, na linguagem da artista multimídia dos anos de 1970. Fundamentalmente desenhista, ela estava então concentrada em processos gráficos de reprodução da imagem, utilizando além da serigrafia - veículo de sua predileção - o offset, o blue-print, o xerox e o microfilme, para desenvolver uma temática de significados que transitam entre o lúdico e a mensagem crítica. Tal material, que aproveita com largueza imaginativa as potencialidades dos recursos tecnológicos, foi difundido em exposições no Brasil e no exterior, cabendo ressaltar a ativa integração da autora ao movimento de oposição ao culto do objeto artístico, que foi a "mail art". Esse tempo anterior, que inclui experiências de vídeoarte, vincula-se por seus elementos conceptuais à evolução futura de sua obra.
Postado por Central Da Arte às 13:20
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